E hoje - 19 de Junho - o meu avó materno ganhou asas e voou. Depois de quase 2 meses em sofrimento, Deus achou que tinha chegado a altura.
Não posso dizer que foi o melhor dos avôs, não foi, mas nestes últimos tempos ele estava mudado, muito diferente, muito mais meigo, muito mais presente na vida dos netos, genuinamente preocupado com aqueles que o rodeavam.
O Natal passado passou-o connosco, já não o fazia há muitos anos... parecia que já se adivinhava quando na realidade nada o fazia prever.
Hoje chorei lágrimas sentidas, muito sentidas pelo meu avô, lágrimas que nunca pensei que fosse chorar, mas a realidade foi diferente, estes últimos tempos mostraram-me um avô mais ternurento, muito orgulhoso dos seus 2 únicos bisnetos (meus filhos).
E sofro, sofro pela minha mãe e pela minha avó e não consigo deixar de pensar nestes últimos dias em que o sofrimento já era muito mesmo e que ele queria ir para casa e não podia e que quase que implorava para o levarem para casa, mas ele estava ligado a tudo que era máquinas, e não o podiamos trazer. E penso que já saiu, que já deixou aquela prisão... mas que não voltou a casa... nunca mais voltará... e penso no que ele estaria a pensar quando deu o seu último suspiro, que dizem ter sido sereno e na presença da médica.
Avô... um beijinho daqui até ao céu... da tua neta que detestava os teus pudins de laranja... mas adorava os de vinho do Porto :)!